Um roteiro fotográfico pela Costa Amalfitana
Sobre alguns lugares, as imagens falam mais que palavras. Então… que tal um roteiro fotográfico pela Costa Amalfitana?
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Nosso anfitrião
Os painéis do trem pareciam mentir ao informar a velocidade de 300 quilômetros por hora, de tão suave o balanço. Entenderíamos depois que era melhor não gastar todo o discurso de “que viagem mais calma, segura e rápida”, pois tanta calmaria antevia a tormenta. Depois de 5 horas, vindos do norte, eis que recebemos as boas-vindas do mar, anfitrião da Costa Amalfitana.
Concluída a primeira (e maior) parte do deslocamento, a próxima etapa duraria cerca de uma hora e, em pouco tempo de estrada, a cidade daria lugar às incríveis e inesquecíveis paisagens que emolduraram a viagem até o último dia e inspiraram este nosso roteiro fotográfico pela Costa Amalfitana.
Havia uma curva no meio da curva
Os físicos dizem que dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço, não é mesmo? Pois estou certo de que eles não conhecem as estradas da Costa Amalfitana. Aqui, os corpos ocupam, sim, o mesmo espaço… E não estamos falando de dois pequenos e desnutridos corpos, mas de combinações como um ônibus e um carro, um trator e uma van, um barco e… sim, cruzamos com um barco em plena estrada! E tendo o mar logo ali do lado à sua disposição… vai entender…
Alguns trechos eram apertados até para passar a pé. E, entre ribanceiras e precipícios, lá estávamos nós, dentro de um ônibus com mais cinquenta passageiros que se comunicavam em amalfitano, napolitano e italiano, como se nada demais estivesse acontecendo. Para nós, que nos divertíamos tanto, tudo estava acontecendo!
Amalfi
Lá pelo meio da viagem a “montanha-russa” pela Costa Amalfitana embrulhou um pouquinho o estômago, mas tudo acabou bem, na cidade que seria nossa base durante os próximos dias e que também dá nome à costa. Enfim, Amalfi!
A gente gosta de dizer que em Minas Gerais toda cidade tem uma praça com uma igreja e um Banco do Brasil… Pois na Itália qualquer cidade tem uma igreja chamada Duomo e uma gelateria. Assim, nos rendemos a mais um sorvete e apreciamos, da escadaria frontal, o sobre-e-desce de turistas e nativos, bem como o reflexo dourado dos mosaicos da Duomo encarando os últimos raios de sol.
Nasce um roteiro fotográfico
Ainda no primeiro dia registramos o pôr-do-sol mais bonito que veríamos ali. Como é difícil escolher o melhor ângulo! “Isso… um pouco pra cá. Péra, tá contra a luz… Não! Tira de novo! Deixa eu arrumar meu cabelo!”
A caminho de casa, com a noite já instalada, nossa última parada foi num dos charmosos restaurantes típicos, em que deliciamos um spaghetti ai frutti di mare e outro à carbonara. Pra encerrar a noite, algumas rodadas de jogos de cartas com o recém-adquirido baralho com imagens da Costa Amalfitana.
Ah, antes de dormir não podemos esquecer de falar do apartamento! Cada detalhe tinha seu encanto, incluindo o banheiro com azuleijos cor de água-do-mar-ou-da-piscina-tanto-faz. Era como mergulhar e não se molhar (até porque estava frio pra dedéu).
Atrani
Segundo dia de nosso roteiro pela Costa Amalfitana. Saímos de casa com duas missões importantes: conhecer o Museo della Carta e a Torre dello Ziro. Missão dada é missão cumprida, certo? Errado. Alguns minutos de caminhada e já temos novos planos, pois o museu está fechado e a torre fica do outro lado do paredão de rocha, com um acesso bem diferente do informado no GPS (jura?). E já que equipamento de escalada ou tele-transporte não estavam entre as opções disponíveis, escolhemos caminhar rumo à cidade vizinha mais próxima.
Talvez tenhamos escolhido um caminho mais cansativo (cheio de subidas e subidas) mas certamente era também o mais bonito. Na vista, a cúpula da igreja, o cemitério, o cais e o horizonte gigante. Os últimos minutos foram [quem diria] de descida e nossa recompensa nos esperava na sorveteria da praça. Enfim, Atrani.
No vilarejo modesto, permanecemos por pouco tempo, apenas o suficiente para uma passeggiata de 30 minutos.
Voltando pela orla, nos surpreendemos com um amplo túnel de ligação entre Amalfi a Atrani, tão espaçoso quanto uma galeria de metrô e bem mais iluminado do que os típicos bequinhos italianos. Terminada a travessia, uma dúvida antiga começaria a ser solucionada: o sabor do famoso limoncello.
No fim do túnel havia uma… ou melhor, várias vitrines coloridas, cheias de cerâmicas, roupas, doces e bebidas.
E foi uma dessas que nos fisgou, com um sem número de produtos feitos a partir do famoso limão (chamado no Brasil de “siciliano”) que se vê aos montes pelas encostas dessa região.
Tomamos coragem, entramos e compramos uma garrafa, que seria experimentada mais tarde. É uma bebida mais forte do que nós, amadores, imaginávamos. No veredito final, eu consegui curtir com moderação (e sem dirigir), durante as noites, ajudando a espantar o frio. Lívia continua achando que o cheiro (e talvez gosto) de Pinho Sol não é tão fácil de encarar. Certamente vale experimentar, mas, por favor, não precisa comprar uma garrafa.
Positano
Iniciamos o terceiro dia bastante animados para um roteiro mais radical pela Costa Amalfitana, sem lembrar que radical mesmo por aqui são as estradas. Muitas curvas depois… enfim, Positano.
A maioria dos passageiros (leia-se turistas) costuma descer logo no primeiro ponto da cidade, que fica na orla. Nós optamos (e indicamos!) por descer 1 km a frente… num ponto mais alto da cidade. Pois, depois, descer a pé é sempre mais fácil que subir!
E… fizemos a melhor escolha possível! Para apreciar ou fotografar os diferentes recortes da paisagem bastava mirar sempre em frente, pois as curvas das ruas e becos tratavam de direcionar o olhar para a direita e para a esquerda… para a direita… e para a esquerda mais uma vez.
As estreitas passagens entre uma casa e outra eram verdadeiras extensões da decoração que vinha lá de dentro. Foi como passear pelos quintais italianos.
Pequenas lojas e bares começam a se multiplicar no trecho final da descida. No último restaurante, à beira do mar, fomos fisgados por um comunicativo garçom e (o mais importante) um cartão-desconto de 10% sobre os preços do cardápio.
A comida era deliciosa, servida em uma travessa gigante em formato de peixe. Terminado o almoço, seguimos rumo àquela primeira parada de ônibus.
Ravello
No quarto dia, o sol resolveu aparecer mais cedo e era mais intenso que nos anteriores. Ainda assim fazia frio e poucos foram corajosos o suficiente para tomar um banho de mar. Contei um, dois, três… mais um ali… quatro, cin… ops, aquilo é uma gaivota.
Mas nosso destino era distante dali, onde chegaríamos novamente de ônibus. Era o jeito mais fácil, rápido e barato de se locomover entre as cidades da costa.
Mezz’oretta dopo, lá estávamos nós lendo placas e caminhando em direção aos principais pontos de interesse. Enfim, Ravello!
Ficamos encantados com a pequena e charmosa praça da Duomo (olha elaaaaaaa!). Bares e cafés no entorno, com mesas e cadeiras do lado de fora, completavam a cena. Tudo perfeitamente compartilhado entre as famílias locais (incluindo seus cães) e os visitantes, como nós.
Dessa vez nosso objetivo era claro: visitar as Villas Rufolo e Cimbrone. A primeira, com entrada pela lateral da praça, estava tão perto que acabou sendo o destino inicial.
Entre torres e jardins coloridos, nos surpreendemos e divertimos ao encontramos uma máquina automática de refrigerante (daquelas em que se compra com moedas) dentro de uma construção antiga, com trabalho arqueológico em andamento.
Retornando à praça, percebemos pelo mapa e pelas placas, que a Villa Cimbrone ficava um pouco distante. Mas, pela experiência dos passeios anteriores, seria um caminho de paisagens e cenários ideais para nosso roteiro fotográfico.
Com direito a uma parada para almoço em frente a uma vista incrível para as montanhas e o mar, chegamos ao segundo parque.
Uma grande área verde, com jardins de árvores e flores variadas, grutas e estátuas. Um casamento perfeito entre natureza, arte e história.
O mirante no lado oposto ao portão de entrada chega a dar vertigem, de tão perto do céu.
O paredão íngreme sob nossos pés diminuía a percepção da base plana e aumentava a sensação de liberdade, de voo, como os pássaros que passeavam na mesma faixa de altitude.
Já era hora de voltar, pois são poucos os ônibus disponíveis no final da tarde. Mas ainda deu tempo de passarmos pelo Auditório Oscar Niemeyer, com seu marcante formato de olho, em um inesperado espaço dedicado à arte e projetado pelo renomado arquiteto brasileiro.
Salerno
Enfim, o último dia deste nosso roteiro pela Costa Amalfitana. Retornamos a Salerno. As curvas do caminho foram ficando mais tímidas, até se esconderem totalmente e os sentidos voltarem a ser plenos, o que nos permitiria abrir olhos, ouvidos e sorrisos para o já conhecido tapete azul-dourado estendido sobre o oceano.
Próximo ao cais, uma extensa camada composta por imensos blocos de concreto parecia cortar o mar aberto, reservando uma parte mais tranquila, próxima à margem, em que pescadores descansavam suas linhas e anzóis à espera do próximo candidato a tira-gosto. A finalidade de tais blocos é apenas uma suposição, mas a semelhança com cubos de gelo era tamanha que os pinguins gigantes decorativos colocados sobre elas faziam graça com nossa visão e a percepção da realidade.
Antes que o gelo derretesse, atravessamos o jardim e a avenida e retomamos a descoberta da cidade.
Aproveitamos os últimos minutos ali para conhecer um pouquinho mais da região próxima à estação de trem, onde o calçadão para pedestres é largo e extenso e as ruelas para trânsito de veículos super estreitas. Percebeu a diferença? Pois é, o tráfico italiano é cheio dessas contradições. Às vezes nos assustamos, mas quase sempre nos divertimos!
É tudo muito bom, mas já está quase na hora do trem e precisamos voltar. Viajar é ótimo, mas no caminho de volta costuma dar aquele soninho… como se fosse o corpo dizendo: “Vocês se divertiram e agora quero meu descanso”. Nesse caso é melhor não discutir, pois na próxima viagem vamos precisar dele com as baterias recarregadas para fazer tudo outra vez! Enfim… Ciao ciao!
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Roteiro pela Costa Amalfitana
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