Sob o sol da Toscana e o colorido de Florença
Qualquer roteiro na Toscana, Itália, tem Florença como parada obrigatória. Muitos a usam como base e outros como ponto de partida. Apesar de uma ótima alternativa ser a viagem de carro entre Roma e Florença parando em algumas cidades da região, optamos por fazer o trecho de trem direto e, a partir da capital toscana, rodar de carro pelos demais locais.
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O que fazer em Florença
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Havíamos partido de Roma muito animados. Após uma hora e meia no trem, chegávamos à encantadora Florença, que também nos reserva uma obra de arte a cada esquina. Por ser bem menor que a capital italiana, a recomendação de caminhar se torna ainda mais válida. Os principais pontos turísticos resumem-se a dois ou três museus, umas três igrejas, alguns parques, palacetes e locais públicos, como praças e pontes.
Foi também na capital toscana que experimentamos o ápice da gastronomia italiana. Não que tenhamos comido mal nas demais cidades. Muito pelo contrário: na Itália ou a comida é muito boa ou é excelente. Mas em Florença experimentamos as melhores entre as melhores refeições, todas devidamente relatadas no post sobre restaurantes deste nosso diário de bordo.
Roteiro
O que fazer em Florença: no mapa acima estão marcados os principais pontos turísticos da cidade e os restaurantes que visitamos e recomendamos. (Clique no mapa para ampliar)
Galeria dos Ofícios (Galleria degli Uffizi)
Na Galeria dos Ofícios é possível ter uma noção do tamanho da riqueza da tradicional família Medici, cuja coleção de arte deu origem a um dos mais famosos museus italianos, que abriga obras consagradíssimas, como O Nascimento de Vênus, de Botticelli.
O museu é bastante extenso, porém muito agradável. Sua arquitetura em formato de U facilita a iluminação dos interiores e torna o prédio ainda mais interessante. Do pátio externo do piso superior, onde fica a lanchonete, temos uma excelente vista para o Palazzo Vecchio.
Dada sua extensão, dedique ao museu pelo menos meio dia. Para acessá-lo, vale a mesma dica dada para o Museu do Vaticano: compre seu bilhete com antecedência pela Internet.
Palácio Pitti
A fachada deste famoso Palácio florentino pode até parecer pobre. A principal atração não está logo na entrada ou mesmo em seus cômodos, mas sim, em seus dois grandes jardins. O primeiro, Giardino di Boboli é mais simples, porém bastante extenso. Já o Giardino Bardini é menor, mas muito mais rico. Ambos oferecem uma vista incrível da cidade.
O palácio, porém, não deixa de ter uma história curiosa. O banqueiro, Lucas Pitti encomendou sua construção a fim de suplantar o Palazzo Vecchio, residência de seus rivais, a família Medici. Talvez isso até tenha ocorrido temporariamente, porém os Pitti nunca alcançaram o mesmo sucesso dos Medici e seu palácio acabou sendo comprado pelos próprios rivais em meados do século XVI.
Para ver tudo tranquilamente, reserve meio dia.
Galeria da Academia (Galleria dell’Accademia)
Esse pequeno museu guarda uma das principais vedetes da arte italiana: o Davi, de Michelangelo. Esculpida num bloco único de mármore, a obra foi responsável por consagrar o artista. Quando a concluiu, depois de três anos de trabalho, Michelangelo tinha apenas 29 anos.
O Davi é claramente uma obra prima, mesmo se comparada às belas peças de Michelangelo que vimos anteriormente em Roma. O apuro com os detalhes vai desde as marcas na pele até expressão serena do herói. E a magnitude da estátua de 5,17 metros de altura deixa qualquer visitante embasbacado.
Diante do Davi, as demais obras da Galeria da Academia são secundárias. Além de se tratar de um museu pequeno, as demais peças importantes também são esculturas de Michelangelo e ficam na mesma sala da obra principal.
Catedral de Santa Maria del Fiore
Filippo Diotalevi
De todas as construções incríveis presentes na Itália, a catedral de Florença provavelmente é uma das mais impactantes à primeira vista. Cravada no meio da praça central da cidade, o prédio decorado em mármore branco, verde e rosa só permite um adjetivo para descrevê-lo: exuberante.
Na fachada principal, a quantidade de imagens é praticamente incontável. A torre do relógio, bastante alta, também é de uma riqueza incrível. O conjunto arquitetônico é completado pelo batistério, que fica exatamente em frente à catedral.
Internamente, a igreja não é tão exuberante, apesar de bastante bonita. Sua cúpula tem belos afrescos, que dão leveza à parte interna do templo.
Ponte Velha (Ponte Vecchio)
Pode parecer estranho destacar uma ponte como ponto turístico. Ela não o seria, caso ali não existissem residências, lojas e pequenos prédios. Sim, a ponte que liga os dois lados do rio Arno é estreita, curta e cheia de lojas caras, que vendem de artesanato a joias. É um dos pontos mais interessantes e movimentados da cidade.
Basílica de Santa Maria Novella
A Basílica de Santa Maria Novella tem uma fachada no mesmo estilo da catedral, decorada com mármore verde, branco e rosa. O interior, entretanto, é bem simples. A basílica não é tão grande, portanto a visita é rápida. Há uma chance considerável de você passar mais tempo na agradabilíssima praça que existe imediatamente em frente.
Roteiro na Toscana, Itália
Como é comum na Itália: todas as cidades desta região possuem estações de trem e ônibus, por isso é também possível conhecê-las usando estes transportes. Entretanto, recomendo alugar um carro, pois permite aproveitar muito melhor o tempo. Nós optamos por fazer isso em nosso último dia em Florença e, de lá, partimos para o interior seguindo nosso roteiro pela Toscana.
Montepulciano
Uma das maiores cidades medievais da Toscana é, na verdade, bem pequena. Com seus 15 mil habitantes, Montepulciano é fácil de ser conhecida. Desça pela rua principal e pronto. É claro que dá tempo de se perder por suas vielas. Como esta foi a primeira cidade medieval por onde passamos, ficamos bem impressionados. Nosso roteiro na Toscana guardava surpresas melhores, mas ainda assim, continuo recomendando essa parada.
Os destaques da cidade são a grande praça principal, a casa onde moraram Giuseppe e Anitta Garibaldi e a catedral, que mantém a fachada típica de uma construção medieval.
Pienza
Apesar de estar bem acessível no caminho entre as demais cidades, talvez Pienza seja a única localidade em todo nosso roteiro pela Toscana à qual não retornaríamos. Por quê? Por não ter nada realmente atrativo e diferente do que podemos encontrar nas demais cidades medievais da região.
Pienza tem 3 mil habitantes e, consequentemente, muito pouco a se ver. O principal ponto turístico é a praça Pio II, remodelada a pedido do próprio, que era natural da cidade. Essa praça é um dos exemplares mais antigos da arquitetura renascentista.
Montalcino
Por todo lugar que você passar na Toscana, vai se deparar com um famoso vinho da região: o brunello de Montalcino. A bebida é produzida a partir de uma variação da uva Sangiovese que, localmente, é conhecida como Brunello.
O vinho é realmente delicioso e foi o que nos motivou a passar em Montalcino, apesar ser fácil encontrá-lo em toda a Toscana. Mas a cidade reserva também outras surpresas, com exemplares arquitetônicos muito interessantes, como a igreja matriz e a fortaleza que guarda a entrada da cidade.
E vale o registro: caso queira experimentar o brunello de Montalcino, coisa que definitivamente recomendo, procure os da safra de 2010. Ela foi a melhor dos últimos 35 anos e é realmente mais saborosa que as outras.
Siena
Das cidades eminentemente medievais da Toscana, Siena é uma das maiores, mais belas e com mais pontos a serem visitados. Para conhecê-los devidamente, você vai levar quase o dia inteiro.
Prepare-se novamente para caminhar, pois há poucas zonas onde o tráfego de veículos é autorizado. Ou seja, calce seus tênis mais confortáveis e pé na rua.
A principal atração de Siena é a igreja matriz. A fachada é quase tão rica quanto a da catedral de Florença. Não entramos na igreja – a fila estava bem grande e estávamos com pouco tempo – mas acredito que valha a visita.
NÃO DEIXE DE VER!
Fomos dar uma volta no Salão de Móveis de Milão e contamos aqui pra você tudo de legal que vimos por lá!
Outro ponto de passagem obrigatória é a Piazza del Campo, praça central da cidade, onde está o Palácio Público, sede da prefeitura. A praça é bem grande, bonita e em leve declive. O palácio tem uma fachada bem imponente. Também não visitamos seus interiores por causa do tempo corrido, mas acredito que deve valer a visita também. De lá, seguimos com nosso roteiro pela Toscana para…
San Giminiano
MorBCN
A pequena San Giminiano é uma das mais famosas cidades medievais da Itália. Ela mantem as construções medievais mais conservadas da região, com destaque para suas torres. Sabe-se lá por qual motivo, numa determinada época em San Giminiano, a nobreza começou a acreditar que demonstrar riqueza significava construir uma torre. Quanto mais alta a torre, mais rico demostrava-se ser.
Para quem reside numa grande cidade, com muitos arranha-céus, talvez a altura das torres não impressione tanto. De qualquer forma, elas dão um visual bem particular à cidade.
Por ser bastante turística, San Giminiano também é um ótimo local para encontrar artesanato da região, principalmente por causa da variedade.
DICA: a Natália, do blog Destino Provence, fez um roteiro mais detalhado com tudo o que fazer em San Gimignano em poucas horas. Vale conferir! 😉
Pisa
Dizer que conhecemos Pisa seria uma mentira deslavada. Nosso roteiro pela Toscana incluiu a cidade simplesmente por causa da torre. Como já estávamos de carro e a cidade estava bem no meio do caminho para Lucca, nossa próxima parada, passamos por lá.
O conjunto arquitetônico da praça da catedral de Pisa é composto pela torre, a igreja e o batistério. Todos muito bonitos. Mas, obviamente, a grande atração é mesmo a torre inclinada – se você classificá-la como “torta”, alguém vai te corrigir.
Pela belíssima arquitetura e fachada, a torre já seria uma tremenda atração turística. Mas a inclinação – que já chega a 5 graus – dá um certo charme e unicidade ao prédio. Se considerada no conjunto arquitetônico, a praça torna-se ainda mais atraente. Os prédios têm uma harmonia incrível no seu estilo, transformando o espaço num ambiente bem agradável.
Como estávamos com o tempo contado, não subimos até o topo da torre. A entrada não é barata, mas parece ser uma experiência bem legal. Aos que animarem fazer a visita, estejam preparados para a subida: são quase 300 degraus.
Lucca
Já perto da divisa com a Ligúria, nosso último destino neste roteiro pela Toscana foi uma das mais gratas surpresas da viagem. No geral, as cidades medievais da região são vermelhas, da cor dos tijolos das casas. Diferente delas, Lucca tem várias áreas verdes – parques e praças – o que a torna ainda mais bonita e agradável.
Logo cedo, pegamos duas bicicletas e fomos andar por cima da muralha, uma das principais áreas de lazer da cidade, cercada por um gramado bem extenso, super bonito. Lá de cima é possível apreciar a vista.
Outra atração é a Piazza dell’Anfiteatro, atualmente ocupada por residências e lojas. Porém, no século II, neste local realizavam-se peças de teatro, combate de gladiadores e muitos outros eventos curiosos.
Já a Piazza Napoleone é muito arborizada e foi, junto com a muralha, nosso local preferido da cidade. A praça é bastante usada pelos moradores e abriga o Palácio Ducal, atual sede da prefeitura.
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Concluído nosso roteiro pela Toscana, continue essa viagem clicando no próximo destino:
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- Bom mesmo é se perder em Veneza…
- La dolce Itália: meu guia de restaurantes
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