Vamos para a Itália: um passeio pelo litoral azul de Cinque Terre

Terminamos nosso tour pela Toscana em Lucca. Deixamos o carro numa cidade próxima dali, La Spezia, e embarcamos em um trem para a etapa seguinte da viagem: o parque nacional de Cinque Terre, Itália.

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Trata-se de uma região com cinco cidadezinhas ligadas entre si por uma antiga e curiosa linha de trem. São elas: Riomaggiore, Manarola, Corniglia, Vernazza e Monterosso al Mare. Todas lindas e cada uma em sua particularidade.

Porém, esses lugarejos estão cravados nas falésias que ocupam parte do litoral da Ligúria, no noroeste da Itália. O parque nacional de Cinque Terre está no roteiro da Riviera Italiana – uma continuação, via litoral, da Riviera Francesa.

Além do trem, há também outra forma de circular entre as cinco vilas: uma trilha chamada Sentiero Azzurro. E com esse conjunto de elementos, vai ficando mais fácil entender porque tantos turistas são atraídos para Cinque Terre: um grande parque com pequenas cidades litorâneas encravadas em falésias e ligadas entre si por trilhas, na Itália. Na Itália!

O que fazer em Cinque Terre

Algumas informações são relevantes para este passeio. Em primeiro lugar, é preciso ter em mente que em Cinque Terre se faz um turismo de natureza e não encontramos por lá muitos tesouros da arquitetura italiana. O estilo das atrações é bem diferente das demais regiões do país – a não ser pela comida, que continua sensacional.

Para circular pelo parque livremente – e poder fazer as trilhas – é necessário comprar o Cinque Terre Card, que dá direito à entrada nestas áreas. Ele pode ser adquirido nas estações de trem da região, incluindo a de La Spezia. Minha recomendação é comprar o Cinque Terre Card Treno que, além de permitir fazer as trilhas, te concede viagens ilimitadas de trem entre as cinco terras, além de La Spezia. Você pode encontrar cartões válidos por um, dois ou três dias, dependendo da época em que fizer a visita. Para mais informações, visite o site oficial, clicando aqui.

Devido a uma sequência de deslizamentos ocorridos há alguns anos, dois dos quatro trechos do Sentierro Azurro estão fechados: o que fica entre Riomaggiore e Manarola e a trilha de Manarola a Corniglia. E, como nada na vida é fácil, os dois trechos abertos são os mais longos e difíceis.

Apesar de todos os vilarejos estarem no litoral, apenas Monterosso possui uma praia mais tradicional. Para se ter uma ideia, Corniglia fica no alto da falésia e não possui qualquer acesso ao mar. Ou seja: se estiver com a intenção de nadar, as opções são restritas.

Porém, de qualquer ponto, uma vista sensacional te espera. O mar Mediterrâneo visto da Ligúria ganha um tom de azul muito forte, profundo. Esteja com a câmera sempre preparada.

Riomaggiore

Thaiane Pimentel

Esta é a maior das terras e a única com uma infraestrutura que lembra de fato uma cidade e não um lugarejo. Existe um pequeno e escondido trecho de praia com seixos.

A trilha que liga a cidade à vizinha Manarola é conhecida como Via dell’Amore. Reza a lenda que muitos casais de namorados que moravam separados pela trilha (uns em Riomaggiore, outros em Manarola) combinavam de se encontrar ali. Infelizmente, este famoso trecho do Sentiero Azzurro está fechado e sem previsão de reabertura por enquanto.

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Manarola

Se não é a mais bonita ou a mais simpática, Manarola é, definitivamente, a mais colorida das cinco terras. Seus prédios, principalmente os no entorno do porto, dão um ar alto astral à cidadezinha.

Corniglia

Shane Lin

Corniglia é o mais alto dos vilarejos, sendo acessível pela trilha que sai de Vernazza ou por uma longa escadaria que liga a estação de trem à sua área residencial. Como não é possível chegar até lá de barco, ela acaba sendo menos procurada pelos banhistas. Mas a visita já vale a pena por ter um dos melhores sorvetes de Cinque Terre, devidamente descrito no post sobre restaurantes deste nosso diário de bordo

Vernazza

Para muitos, essa é a mais charmosa entre as cidades. Como nos hospedamos por lá, reconheço que tenho um carinho especial por Vernazza.

Além de possuir boas opções de hospedagem e alimentação, alguns elementos lhe dão um charme todo particular. Um deles é o porto, que à noite, com a pouca iluminação dos bares e restaurantes do entorno, fica ainda mais bonito.

O segundo é a trilha que a liga a cidade a Corniglia. Na minha opinião, este é o passeio mais bonito e que permite as melhores vistas, especialmente quando se está saindo de Vernazza. O caminho é razoavelmente acidentado, mas um pouco longo: levamos uma hora e meia para concluí-lo.

Monterosso al Mare

De todas as terras, acredito que Monterosso seja a mais parecida com as nossas pequenas cidades litorâneas: plana, com praia de areia, um longo e bem cuidado calçadão a beira-mar, bares e restaurantes do outro lado da rua. Nada de casas e prédios escalando montanhas.

Fizemos a trilha que ligava a cidade a Vernazza. Esta é muito mais complicada e quase tão longa quanto aquela entre Vernazza e Corniglia – gastamos uma hora e quinze minutos. O trecho é bem acidentado, cheio de longas subidas e descidas. Mas as vistas tanto do início da trilha quanto do final compensam todo o cansaço.

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RAFAEL CRUZ E SILVA (Convidado especial da série Diário de Bordo)
Mineiro de Sete Lagoas, esse Relações Públicas mora no Rio há 8 anos. Adora viajar e fala sobre isso aqui e no Muito Além da Fronteira. No blog Design Empreendedor, escreve sobre comunicação nas organizações.

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